domingo, 18 de abril de 2010

Aula 12

Teoria Estruturalista da Administração

A origem da Teoria Estruturalista na Administração surge como um desdobramento da Teoria da Burocracia e de uma leve aproximação à Teoria das Relações Humanas.

A Teoria Estruturalista, portanto, é uma tentativa de reunir aspectos relevantes das abordagens Clássica e Humanística.

Aspectos importantes

A oposição surgida entre a Teoria Tradicional e a Teoria das Relações Humanas;

A necessidade de visualizar “a organização como uma unidade complexa, onde interagem grupos sociais” que compartilham alguns objetivos da organização, mas que podem incompatibilizar com outros (ex. distribuição de lucros);

A influência do estruturalismo nas Ciências Sociais e sua repercussão no estudo das organizações;

Novo conceito de estrutura. O estruturalismo está voltado para o todo e para o relacionamento das partes da constituição do todo. A totalidade, a interdependência das partes e o fato de que o todo é maior do que a simples soma das partes são as características básicas do estruturalismo.

Sociedade de Organizações

Para os estruturalistas, a sociedade moderna e industrializada é uma sociedade de organização das quais o homem passa a depender para nascer, viver e morrer.

Processo de desenvolvimento das organizações ao longo de quatro etapas

Etapa da natureza

É a etapa inicial os elementos da natureza constituíam a base única de subsistência da Humanidade. O papel do capital e do trabalho é irrelevante nessa etapa da história da civilização.

Etapa do trabalho

A partir da natureza, surge um fator perturbador que inicia verdadeira revolução no desenvolvimento da Humanidade: o trabalho. O trabalho passa a condicionar as formas de organização da sociedade.

Etapa do capital:

O capital prepondera sobre a natureza e o trabalho, tornando-se um dos fatores básicos da vida social.

Etapa da organização:

A natureza, o trabalho e o capital se submetem à organização. A organização, sob uma forma rudimentar, já existia desde os primórdios da evolução humana, do mesmo modo que o capital existira antes da fase capitalista.

As Organizações

Constituem a forma dominante de instituição da moderna sociedade

São a manifestação de uma sociedade altamente especializada e interdependente que se caracteriza por um crescente padrão de vida.

As organizações permeiam todos os aspectos da vida moderna e envolvem a participação de numerosas pessoas.

Cada organização é limitada por recursos escassos e, por isso, não pode tirar vantagens de todas as oportunidades que surgem: daí o problema de determinar a melhor alocação de recursos.

A eficiência é obtida quando a organização aplica seus recursos naquela alternativa que produz o melhor resultado.

O Homem Organizacional

O homem organizacional necessita ter as seguintes características:

Flexibilidade - em face das constantes mudanças que ocorrem na vida moderna, bem como da diversidade dos papéis desempenhados nas diversas organizações.

Tolerância às frustrações – para evitar o desgaste emocional decorrente do conflito entre necessidades organizacionais e necessidades individuais.

Capacidade de adiar as recompensas – e poder compensar o trabalho rotineiro dentro da organização, em detrimento das preferências e vocações pessoais por outros tipos de atividade profissional.

Permanente desejo de realização – para garantir a conformidade e a cooperação com as normas que controlam e asseguram o acesso às posições de carreira dentro da organização, proporcionando recompensas e sansões sociais e materiais.

Teoria Estruturalista da Administração Envolve

Tanto a organização formal como a organização informal;

Tanto as recompensas salariais e materiais como as recompensas sociais e simbólicas;

Todos os diferentes níveis hierárquicos de uma organização;

Todos os diferentes tipos de organizações;

A análise intra-organizacional e a análise interorganizacional.

Teoria Estruturalista da Administração Envolve

Abordagem múltipla: organização formal e informal.

Os estruturalistas não alteram os conceitos da organização formal e informal (formal tudo o que estiver expresso no organograma como hierarquia, regras, regulamentos, controle de qualidade e informal as relações sociais). A Teoria Estruturalista tenta encontrar o equilíbrio entre os elementos racionais e não racionais do comportamento humano que constitui o ponto principal da vida, da sociedade e do pensamento moderno.

Abordagem múltipla: recompensas materiais e sociais

O significado das recompensas salariais e sociais e tudo que se inclui nos símbolos de posição (tamanho da mesa ou do escritório, carros da companhia, etc.) é importante na vida de qualquer organização. Embora as recompensas sociais sejam importantes, elas não diminuem a importância das recompensas materiais e salariais.

Abordagem múltipla: os diferentes enfoques da organização

Para os estruturalistas, as organizações podem ser concebidas segundo duas diferentes concepções:

Modelo racional da organização: Concebe a organização com um meio deliberado e racional de alcançar metas conhecidas. Os objetivos organizacionais são explicitados – como a maximização dos lucros – e todos os aspectos e componentes da organização são escolhidos em função de sua contribuição ao objetivo e as estruturas organizacionais são cuidadas para atingir a mais alta eficiência, os recursos são adequados e alocados de acordo com um plano diretor, todas ações são apropriadas e iniciadas por planos e seus resultados devem coincidir com os planos.

Modelo natural de organização: Concebe a organização como um conjunto de partes independentes que constituem o todo: cada parte contribui com algo e recebe algo do todo, o qual, por sua vez, é interdependente com uma ambiente mais amplo. O objetivo básico é a sobrevivência do sistema.

Abordagem múltipla: os níveis da organização

As organizações caracterizam-se por uma hierarquia de autoridade, isto é, pela diferenciação de poder. São considerados três níveis organizacionais:

Nível Institucional: É o nível organizacional mais elevado, composto dos dirigentes ou de altos funcionários. É também denominado nível estratégico, pois é responsável pela definição dos principais objetivos e das estratégias organizacionais.

Nível Gerencial: É o nível intermediário, situado entre o institucional e o técnico, cuidando do relacionamento e da integração desses dois níveis. Uma vez tomadas as decisões no nível institucional, o nível gerencial é o responsável pela sua transformação em planos e em programas para que o nível técnico os execute.

Nível Técnico: É o nível mais baixo da organização. Também denominado nível operacional, é o nível em que as tarefas são executadas, os programas são desenvolvidos e as técnicas são aplicadas.

Abordagem múltipla: a diversidade de organizações

Enquanto a Administração Científica e a Escola das Relações Humanas focalizaram as fábricas, a abordagem estruturalista ampliou o campo da análise da organização, a fim de incluir outros tipos diferentes de organizações além das fábricas: organizações pequenas, médias e grandes, públicas e privadas, empresas dos mais diversos tipos (industriais, comerciais, de serviços, agrícolas, etc.), organizações militares, organizações religiosas, organizações filantrópicas, partidos políticos, prisões, sindicatos, etc.

Abordagem múltipla: análise interorganizacional

Além da análise interna das organizações, os estruturalistas passam a preocupar-se com aspectos interorganizacional. A análise organizacional passa a ser feita através de uma abordagem múltipla, ou seja, através das análises intra-organizacional (fenômenos internos) e interorganizacional (fenômenos externos).

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